terça-feira, 11 de janeiro de 2011

As Verdades naturais.

Olá amigos e amigas.
Estive de férias por alguns dias e não escrevi nada,entretanto li bastante.
Entre uma leitura e outra, achei algumas simplicidades de dois filósofos preocupados com as verdades naturais.

As Verdades naturais.
A filosofia de Tomás de Aquino situava-se em um ambiente cultural que tinha olhos apenas para o cristianismo, todo o resto sendo considerado irrelevante. Ele sustentava que não haveria conflito entre aquilo que a filosofia. ou a razão, ensina e aquilo que a revelação cristã, ou a fé, ensina. Cristianismo e filosofia falariam, em geral, da mesma coisa. Com isso ele não quis dizer que a razão poderia afirmar que Deus teria criado o mundo em seis dias, ou que Jesus seria filho de Deus. Só se chega a essas supostas verdades da fé pela crença religiosa. Mas Aquino acreditava na existência de várias "verdades teológicas naturais", com O que ele se referia às verdades que poderiam ser alcançadas ou pela fé cristã ou por nossa razão inata, natural.
Aquino acreditava em dois caminhos que levariam a Deus. Um caminho passa pela fé e pela revelação cristã; o outro, pela razão e pelos sentidos. Desses dois, o caminho da fé e da revelação seria o mais seguro, pois seria mais fácil se perder quando se confia apenas na razão. Para Aquino, não seria necessário haver conflito entre um filósofo como Aristóteles e a doutrina cristã, porque os dois revelariam aspectos da mesma verdade.
Aquino achava que poderia provar a existência de Deus com base na filosofia de Aristóteles. Afinal de contas, reconhecemos, usando a razão, que tudo a nossa volta deve ter uma "causa formal". Para Aristóteles tal causa deveria ser Deus. No entanto, Aristóteles não descreveu Deus com mais detalhes. Para isso é necessário contar unicamente com a Bíblia e com o que se afirma terem sido os ensinamentos de Jesus.
Aquino acreditava que haveria dois caminhos que conduziriam à vida moral. A Bíblia ensinaria como Deus quereria que o ser humano vivesse. Mas Deus também teria dotado o ser humano de uma consciência que permitiria distinguir entre o certo e o errado com uma base "natural". Não é preciso ler qualquer livro sagrado de qualquer religião para saber que é errado prejudicar o próximo, e que devemos "tratar os outros da mesma forma como queremos ser tratados".

A escala da Natureza.
Aristóteles acreditava que a existência de uma escala progressiva da vida, desde plantas e animais até o homem, implicaria um Deus que constituiria uma espécie de existência máxima. Não foi difícil alinhar essa disposição de coisas com a teologia cristã. De acordo com Aquino, haveria graus progressivos de existência a partir das plantas e dos animais até o homem, do homem aos anjos e dos anjos a Deus. O homem. assim como os animais. possui um corpo e órgãos sensoriais, mas o homem também possui uma inteligência que lhe permite raciocinar. Supondo-se a existência de anjos. estes não possuiriam tal corpo com órgãos sensoriais. razão pela qual teriam uma inteligência espontânea e imediata. Os anjos não seriam eternos como Deus. pois teriam sido criados um dia por Ele. mas. como seriam carentes de corpo. jamais morreriam.
Bem acima dos anjos. Deus governaria. Com um único olho coerente. Ele veria e saberia de tudo. Para Deus. o tempo não existiria da mesma maneira que existe para nós. Nosso "agora" não é o mesmo "agora" de Deus. Algumas semanas para nós não significariam necessariamente algumas semanas para Deus.
Abraços,
Wilson Araujo